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ESCUTA.

mês

abril 2021

Bolsonaro e o presidencialismo de coalizão *

Theófilo Rodrigues**

Em 21 de julho de 2018, em meio ao processo de campanha eleitoral, o então candidato Jair Bolsonaro definiu assim o chamado Centrão:“a alta nata de tudo que não presta no Brasil” (1). Em 28 de maio de 2020, o tom mudou: “De dois meses pra cá eu decidi que tinha que ter uma agenda positiva para o Brasil, e eu comecei a conversar com os partidos de centro também”, admitiu Bolsonaro ao revelar sua nova relação com o Centrão (2). O que foi que aconteceu para que em apenas dois anos esse grande giro político tenha sido necessário?

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Entrevista sobre a Revista Escuta

A Escuta divulga uma entrevista realizada com um um dos Editores da revista, Fernando Perlatto, na qual ele fala da história e dos desafios desta publicação no tempo presente.

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Bolsonaro: o presidente sem nenhuma virtù

Maria Abreu*

A casa

Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entra nela não
Porque na casa não tinha chão

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Super-homem, superflit, super liga europeia, super bacana

João Dulci*

No excelente “À procura de Eric”, filme de Ken Loach (2009), dentre as muitas desventuras do personagem principal em seus diálogos imaginários com o craque Eric Cantona, há um coadjuvante que constantemente reclama de não mais poder entrar no Old Trafford, icônico estádio do Manchester United FC. Seu clube de devoção, ao aumentar os preços dos ingressos, lhe expulsou das arquibancadas. Por isso, adotou como novo time do coração o também encarnado FC United of Manchester. A inversão nas palavras não era mero acaso. O clube havia sido fundado por torcedores insatisfeitos com o futebol moderno, que bem ou mal deriva do famoso Relatório Taylor e das medidas de elitização do futebol patrocinadas por Margaret Thatcher e amigos.

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“Os arrependidos” e a luta armada no Brasil *

Fernando Perlatto**

Se o período da ditadura civil-militar é considerado como um “passado sensível” – na medida em que os traumas e as feridas abertas referentes àqueles anos ainda não fecharam e continuam a manifestar suas dores no tempo presente –, a luta armada permanece sendo um dos temas mais sensíveis deste passado. À direita e à esquerda, a questão da resistência em armas continua rendendo controvérsias públicas as mais variadas.

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A máquina do desejo do Teatro Oficina

Fernando Perlatto*

Embora já tivesse lido e ouvido falar sobre o Oficina, foi somente em 2017, com O Rei da Vela, que assisti, pela primeira vez, a uma montagem do grupo, no palco da Cidades das Artes, no Rio. A segunda ocasião foi no início de 2019, no Teatro Oficina Uzyna Uzona, em São Paulo, na rua Jaceguai, no bairro do Bexiga, quando assisti à adaptação de Zé Celso do Roda Vida, de Chico Buarque. Eu senti uma emoção genuinamente incrível ao entrar naquele verdadeiro templo do teatro brasileiro e, ao final do espetáculo, acompanhar o grupo em um cortejo pela rua cantando “Cordão”, de Chico.

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[Escuta Resenha. Crises da democracia] O crepúsculo da democracia, de Anne Applebaum

Fernando Perlatto*

APPLEBAUM Anne. O crepúsculo da democracia: como o autoritarismo seduz e as amizades são desfeitas em nome da política. Tradução: Alessandra Borrunquer. Rio de Janeiro: Record, 2021.

Livros sobre a crise da democracia não param de ser lançados. Viraram uma das novas coqueluches do mercado editorial. E é bem provável que assim continuem sendo. A crise da democracia segue seu curso e não há qualquer sinal de que ela vá arrefecer.

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O centrão

Jorge Chaloub*

Se este fosse um fio no Twitter, talvez fosse o caso de começá-lo, como modo de ganhar alguns corações, com o irritante chavão “precisamos falar sobre o centrão”. A questão não passa, todavia, pela quantidade de textos e menções ao termo. Fala-se muito sobre o centrão, que se tornou, aliás, um dos termos mais utilizados para a análise da política brasileira contemporânea. Frequentemente se atribuem a ele características ambíguas e uma capacidade explicativa quase irrestrita, que em alguns casos se confunde com o próprio sistema político brasileiro: o centrão seria a forma “típica” da política brasileira. A partir  das narrativas mais corriqueiras, vê-se a imagem de um personagem ao mesmo tempo coeso, sendo capaz de pautar a política nacional, e facilmente cooptado por pequenos interesses individuais de parlamentares, marca de um “fisiologismo” que supostamente implicaria na ausência de identidade ideológica ou contrariaria certa narrativa da “responsabilidade fiscal”. Sigamos alguns desses argumentos.

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