Jorge Chaloub*
O presidente do STF, José Antonio Dias Toffoli, já construiu um histórico de relativização da democracia. Em outubro de 2018, logo antes do primeiro turno das eleições, o Ministro disse em palestra na Faculdade de Direito da USP[1] preferir “Movimento de 1964” a “Golpe”. Em claro esforço revisionista, a fala culpava as esquerdas pela ação dos militares e interpretava em chave legítima ações de força para preservar supostos fins democráticos. Ontem, no programa Roda Viva, o jurista outra vez nos brindou com uma reflexão do tipo, agora não mais limitada à História brasileira. Em meio a um raciocínio truncado, pontuado com menções equivocadas ao antropólogo Claude Lévi-Strauss, Toffoli respondeu a uma pergunta sobre as ameaças à democracia brasileira com a relativização do próprio conceito de democracia. Ela não seria algo da natureza, como a “família”, mas uma construção da “cultura”. Continuar lendo “Toffoli e a relativização da democracia” →